O dia
internacional da mulher denota sucessivas homenagens: entrega
de flores, bombons e festas. Que bom que estamos sendo homenageadas! Porém não
devemos esquecer que o 8 de março, simboliza o dia de
ratificação das lutas de muitas mulheres que nos antecederam e que foram
perseguidas e até mortas pela ousadia de questionar o patriarcado e de lutar
por direitos e igualdade.
As
feministas começaram a lutar por direitos coletivos na Revolução Francesa. Elas
queriam que todas as mulheres tivessem direitos políticos iguais aos dos
homens. Ao mesmo tempo elas lutavam também pelo direito à educação, queriam
poder estudar e informar-se de todos os assuntos, e não apenas saber daqueles
considerados “coisas de mulher”. Nessa trajetória enfrentavam os preconceitos
de homens e de mulheres daquela época. Mesmo assim foram
em frente e hoje, em muitos os lugares, as mulheres têm direito à educação e
direitos políticos iguais aos dos homens.
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O Dia Internacional da Mulher surgiu
da luta por direitos trabalhistas. Em um episódio trágico, acontecido nos
Estados Unidos em 1857. Mulheres de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque se
rebelaram contra as extenuantes condições de trabalho. Foi a primeira vez que
as mulheres se uniram para reivindicar seus direitos. Mas a rebelião foi
contida de forma violenta, culminando com a morte de 129 tecelãs, que morreram
carbonizadas dentro da fábrica.
Em 1910 na Dinamarca surgiu a idéia
de se homenagear aquelas operárias, instituindo um dia de luta contra todas as
formas de opressão contra as mulheres. Finalmente em 1975 a Assembléia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU) decretou o 08 de
Março como Dia Internacional da Mulher.
No Brasil
esta luta iniciou na década de 30, quando as mulheres
conquistaram o direito de votar e de serem votadas, conquista das
feministas sufragistas.
Nos anos 70 a luta das mulheres pelos
direitos sociais, saúde, escola, creches, moradia se fortalece e nos anos 80 surge
com força o movimento de mulheres, marcado pelo retorno do exílio das
militantes feministas. Foi na Constituinte de 1988 que foram ampliados os
direitos sociais das mulheres, resultado da mobilização das organizações
feministas, das trabalhadoras domésticas, das trabalhadoras rurais e das
mulheres negras. Nesse período as mulheres feministas colocaram na agenda de
luta os direitos reprodutivos e os direitos sexuais, considerados uma nova
categoria de direitos.
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Outro momento importante na história
da luta das mulheres por direitos refere-se à aprovação da lei de cotas, na
década de 90, que tenta corrigir o contexto histórico de exclusão e
desigualdade no espaço político, e estabelece a reserva de no mínimo, 30% das
vagas para mulheres candidatas nos partidos políticos.
Atualmente, a grande bandeira de luta
do movimento feminista é pelo fim da violência contra a mulher, sustentada na
violência doméstica e sexista. Em 2007 mais de trezentas mulheres foram
assassinadas no Estado de Pernambuco. Nos dois primeiros meses de 2008 já foram
registradas cinqüenta e nove assassinatos de mulheres. Esta é a marca da
violência na vida das mulheres pernambucanas, situação não muito diferente nos
outros estados do Brasil.
Como resultados de todo esse processo
de luta por direitos e pelo fim da violência contra a mulher, destacamos
algumas conquistas, como a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres,
que liderou nos Estados e Municípios, todo processo de conferências,
mobilizando quase duzentas mil mulheres no Brasil, e a Lei Maria da Penha, sancionada
pelo Presidente da República, que torna mais severa a punição do agressor.
Em Pernambuco, registramos como
conquista a criação da Secretaria Especial da Mulher, que tem o desafio de
articular e implementar políticas públicas de gênero
que garantam os direitos das mulheres.
No Cabo de Santo Agostinho, a criação
do Conselho Municipal de Direitos das Mulheres e a implantação da Secretaria Municipal
da Mulher aprovada pela Câmara de Vereadora/es se configura como um resultado da luta do
movimento no município, liderada pelo Centro das Mulheres do Cabo.
Como podemos ver alguns direitos já
foram conquistados, porém ainda falta muito para que tenhamos uma sociedade
onde mulheres e homens tenham os mesmos direitos, sem discriminação e opressão
baseadas no sexo.
A caminhada é longa, mas NÃO VAMOS
PARAR, NÃO VAMOS NOS CALAR, VAMOS CONTINUAR LUTANDO para que os direitos
humanos das mulheres sejam respeitados e efetivados e não se tornem mercadoria
e nem moeda de troca política.
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